Fantástica Gramática Automática
Tuesday, December 13, 2005
  Bibliografia sumária
LODGE, David
1993 A David Lodge Trilogy: Changing Places, Small World, Nice Work. London: Penguin Books.

Não é raro começar pelo fim. Isto nem sequer tem uma ordem alfabética, simplesmente vou acrescentando à medida que me for lembrando. Mas começo pelo fim, porque neste caso parece-me que fará mais sentido. Este é o livro que estou a ler. Eu escrevi que faria mais sentido começar pelo fim, não ia começar no início e só no fim escrever o livro que andava a ler.
Agora que já está, que já comecei pelo fim, volto ao início.


MAGALHÃES, Ana Maria e Isabel Alçada
1982 Uma Aventura na Cidade. Lisboa: Editorial Caminho.

Acho que foi aqui que tudo começou, ou que me lembre, este foi o primeiro sem desenhos que li. Exceptuando algumas ilustrações, é justo afirmar que tinha mais letras que ilustrações.
Como muitas pessoas da minha idade, foi por aqui que se começou a ler, aqui e mais vinte e tal aventura, suponho que já se tenham aventurado quase cinquenta vezes, mas eu deixei de ler quase nas trinta aventuras e passados cinco anos. Aos onze deixei de ler os livros bem-aventurados. Comecei a ler com seis anos, quando consegui juntar as letras em sílabas, as sílabas em palavras, as palavras em frases, as frases em períodos, os períodos em parágrafos, os parágrafos em capítulos, os capítulos em livros; não era especialmente sossegado nem inteligente, era como um miúdo de seis anos é.
Mas via os meus pais, as minhas irmãs, todos de cabeças enfiadas dentro dos livros e ninguém queria brincar comigo. Raios! Agora quem enfia a cabeça num livro sou eu e já não brinco com vocês. Aha, hum… Ler não é assim tão mau. No final da tarde fui ter, orgulhoso, com a minha mãe: «Olha, olha, já estou na página quarenta.»


LOPES, Adília
2002 Antologia. São Paulo: Cosac & Naify Edições

NERUDA, Pablo
1974 Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada. Lisboa: Publicações Dom Quixote.

Nunca gostei muito de ler poesia, mas há poesia que nos lê a nós. Da Adília,
[…]
gosto de adormecer
a lembrar-me de ti
de como me sorrias
de como me olhavas
se os meus poemas
contribuírem para isso
são excelentes


Do Pablo,
[…]
Ahora, ahora también, pequeña, me traes madreselvas
y tienes hasta los senos perfumados.
Mientras el viento triste galopa matando mariposas
yo te amo, y mi alegría muerde tu boca de ciruela.

[…]

E não sou capaz de mais escrever. Às vezes sinto-me lido, devorado pelos poetas que se alimentam de mim.
E continuo a ler, a ler, a escrever e a ler e a escrever e a escrever
 
Comments:
e nós devoramos o que escreves depois de ler..bjo.
 
Tenho ideia de também ter começado pelas "Aventuras", se bem que pouco me marcaram. Dessa altura, lembro-me de ter devorado o Principezinho numa tarde, o que, para a época, foi um passo gigante.

Há livros que nos salvam, e palavras e poemas e sílabas e pontos...e...e...
 
Gosto imenso de ler. E as minhas memórias mais recuadas têm essa componente, pois aprendi a ler muito cedo. É uma "actividade" natural que e que com muita naturalidade induz muito boa gente a... escrever. É assim a modos que um exercício complementar. Apenas isso, na parte que me toca; o prazer de.
Tu também tens esse prazer; salta à vista.
 
ler tudo do nada e nada de tudo...lerrrrrrrr....bxox
 
Para mim, ler não é bom nem mau, não se pode classificar. Para mim ler é prazeroso, é alimento para o intelecto e também para a alma.
Escrever vem associado à leitura, quando li tanto e pouco escrevi, chego a uma certa altura em que tudo o que tenho dentro de mim quer sair cá para fora, e eu limito-me a cumprir com os meus desejos sub-conscientes de escrever, escrever até não me apetecer mais. :o)

Nunca li as "aventuras", tentei ler uma vez "os cinco", mas não fazia o meu estilo. Desde muito pequeno que prefiro a ficção científica. :o)
 
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