Decidi não participar no concurso
Super Bock Super Blog. Aliás, nem sequer sabia da existência de tal coisa até ter visto no blogue de uma pessoa amiga que estava a concorrer e que afirmava que queria ser lida
(qual w. somerset maugham no fio da navalha)
. Incomoda-me, até certo ponto, que tendo passado os últimos três anos a investigar sobre o blogue, este género de iniciativas me sejam completamente estranhas
.
Não por despeito o ignorância, creio não fazer sentido o concurso do blogues. Um concurso de blogues até poderá fazer sentido, mas não nos moldes em que, presentemente, é estruturado
(porque neste momento um concurso de blogues é um concurso de conteúdos. mão são os blogues que são julgados e premiados mas sim os seus conteúdos)
: ou seja, um concurso de blogues devia analisar o modo como os conteúdos são apresentados, fazendo uma taxonomia de media
entre outros critérios, como a colocação dos links, a ausência ou presença de comentários, a ligação a outros blogues
(entre mais critérios que eu sei que existem mas que de momento não me recordo)
. O importante era analisar, de forma mais estruturalista possível, se o produtor estaria a fazer uso completo das possibilidades do blogue. Com isto pretendo dizer que não há concursos de blogues, apenas concursos de conteúdos de blogues
(onde por acaso são sempre os mesmos nomeados e ganham sempre os mesmos e que embora a pressão editorial não se note outros poderes se manifestam)
.
Um concurso literário, hoje em dia, considera essencialmente os produtos apresentados em formato livro
(em que frequentemente o concurso literário tem o mesmo valor conceptual e semanticamente falando que um concurso de livros)
. A imediata associação entre livros e literatura é a pista cultural que nos indica que o livro é o medium privilegiado e dominante para a mediação da literatura
(mas dominante não significa único e podemos procurar então conteúdos literários noutros media)
.