Fantástica Gramática Automática
Wednesday, November 28, 2007
  Dos direitos de autor
Não há ideias originais. A originalidade é um conceito romântico do século dezoito e dezanove.
Stanley Fish
(o mesmo que disse que qualquer descodificação é uma codificação que se pensarmos de forma inversa é a mesma coisa. qualquer codificação é uma descodificação por isso. mas talvez até não seja que uma pesquisa mais apurada indica-me que foi peirce o autor o mesmo a quem chamam pai da semiótica resta-me portanto prestar homenagem tanto a stanley fish como a charles peirce ainda que para o caso presente me interesse mais o stanley fish porque é a ele que se atribui a afirmação sobre a qual pretendo trabalhar)
, que afinal não afirmou que “every decoding is another encoding” afirmou que não há ideias originais porque todas as nossas ideias são fundadas no construto de ideias que nos antecede.
O pensamento que não é pensamento mas apenas a relação de ideias é algo que todos fazemos
(ao contrário do pensamento em que as ideias no seu estado cósmico e caótico nos surgem como diz nietzsche)
e isso não é criação , é apenas relação. Mesmo a somatização das ideias é apenas colocá-las em relação, não é pensá-las nem originá-las.
Tentar escrever uma ideia conforme elas nos surgem não só é impossível porque para isso não temos recursos multimediais
(aqueles que o nosso metafórico sistema conceptual permite)
mas também porque a própria mediação do nosso corpo põe as ideias em relação com os nossos conhecimentos prévios, ou seja, deixam de ser pensamentos e passam apenas a ser relações de conhecimento. Sobre estas podemos ter direitos de relação, mas não de autor.

Texto publicado em duplicado aqui.
 
  Pensar e aquilo que é parecido mas não é pensar
Quando há pouco menos de um ano atrás lia sobre a vida das ideias
(desde que nos surgem desde nos afloram a mente no caos aleatório do cosmos o toque no infinito as imagens tudo de uma só vez a beleza suprema de uma ideia que vem ter connosco. no momento em que a acção de pensar se tornou uma realidade que parecia impossível e a ideia é nossa porque nos escolheu. e nós metaforados de guerra só pensamos em ganhar o terreno superior e usar a ideia arma afiada capaz de desferir golpes mortais. era caos no infinito se ao menos nos não tivéssemos apropriado dela)
não pensava que pudesse mesmo ser assim. Mas é. Os nossos pensamentos são incapazes de uma ideia, da mesma forma que somos capazes de pensar. Aquilo que fazemos é relacionar as ideias
(isso é parecido mas não é pensar e mesmo que lhe tenhamos chamado pensar é quase pensar)
e dizemos que pensamos. O verdadeiro pensamento não surge quando desejamos, surge com as ideias, têm a mesma natureza, o infinito
(podemos passar uma vida a aspirar às ideias e aos pensamentos e ser incapazes de um apenas relacionar os conhecimentos)
.
Muitas vezes penso que o trabalho académico não passa de relacionar ideias
(olho para aquela mancha na parede que não se mexe até parece mão morta e afio as ideias como o amolador em portalegre que nos finde de manhã e princípios de tardes de domingo em que não chove nem faz sol e ouve-se o apito da carrinha da family frost)
, torná-las tão afiadas que nem eu me consigo aproximar. Isto não é pensar
(é parecido com pensar mas não é pensar não é ter ideias é organizar aquilo que já se sabe e preparar uma arma afiar uma ideia de outrém e usá-la como ataque como humilhação)
, é ser pobre e podre de espírito. Porque quase pensar sem conseguir pensar é o mesmo que ter o cérebro gravado
(pratos de bronze ou metais baratos com símbolos de clubes)
com outros.
Vem depois o sublime das ideias, os pensamentos que nos enchem o corpo, pedaços de infinito que muito ocasionalmente conseguimos tocar
(ainda que no momento em que o fazemos os comecemos a destruir)
.
 
Sunday, November 25, 2007
  A minha primeira tradução
Apenas algumas pessoas conseguem ser independentes, uma vez que a independência é uma prerrogativa dos mais fortes. Contudo, quando alguém que tem direito à independência, mas não tem necessidade dela, desse sujeito não só obtemos o testemunho de que essa pessoa é forte, mas de como é irreflectidamente audaz. Aventura-se num labirinto mítico, multiplicando ao infinito os perigos de uma vida, isolando-se, e, eventualmente, é destroçado pelo Minotauro da consciência.
Acaso morra, será tão afastado da mundaneidade, que esta não sentirá a sua morte.

Aforisma 29 de “Para Além do Bem e do Mal”, Friedrich Nietzsche. Tradução mediada do inglês.

Esta tradução é dedicada.
 
Friday, November 23, 2007
  Anúncio: Vende-se!
Metablogue. Para além do blogue. Metacomentários no metablogue
(tantos títulos possíveis e acabarei por me decidir por um que não consiga resumir tudo aquilo que quero dizer porque às vezes gosto de títulos compridos com muitas palavras e de outras vezes gosto de títulos curtos com uma só mas em que muitas coisas estão implícitas ou ambíguas)
, melhor, comentários no metablogue. Assim.
Isto por razões de um comentário deixado no anterior post. Raramente relaciono comentários com posts, não faço referências a eles, sou malcriado e pouco interactivo. Mas também nunca me tinham pedido para divulgar o que quer que fosse
(das poucas visitas diárias que tenho poucas são as que poderão ir até ao algarve amanhã à tarde ver a apresentação do livro de poesia versos nus 2007 magna editora na fnac do algarve shopping. é tão triste nunca pensei que alguma vez pudesse utilizar uma palavra tão feia como shopping mas já que tinha aberto o precedente com menoscabado e truces mais valia não estar com salamaleques e deixar estar a palavra posta em sossego)
, mas fica desde já feita a divulgação.
Sobre o livro.
Não sei ler poesia. Porque muito raro a percebo. Talvez Adília Lopes
(tinha tantas saudades tuas)
, um pouco de Emily Dickinson, mas não muito mais que isso. Não me escapam os poetas, consegui até ter boas notas no secundário e saber falar um pouco de poetas, mas não era essa a natureza da minha leitura
(quando escrevi poesia fi-lo achando que seria sempre mais fácil do que escrever um conto agora retracto-me e escolho o romance e o conto pelas mesmas razões. continua tudo a ser doloroso porque paramos n o fluxo do tempo e vêmo-lo passar na estaticidade da nossa posição)
.
Não posso dizer nada sobre o livro porque não o li, mas gostei de um poema inédito que encontrei
(lavei os dentes e esqueci-me do sorriso no lavatório lavei as mãos e deixei o tacto na toalha. no dia seguinte vesti a alma e deixei metade do corpo esquecido e a memória no secador de cabelo)
. Parece-me que, para o livro ter sido editado, até deve ser bom ou deve vender. Mas eu não o li.
 
Wednesday, November 21, 2007
  Exercício de estilo
Experimento muitas palavras, mesmo aquelas cujo significado desconheço
(mas hoje em dia a minha dicção é quase inexistente sou incapaz de uma ideia que possa ser bonita mas nem sei bem o que é uma ideia bonita. as ideias somos nós a roçar o infinito um caótico de imagens e movimentos)
, como menoscabado que encontrei numa tradução de Platão. Nem sequer foi das obras que mais gostei de ler, mas na altura fazia sentido. Ainda hoje tentava perceber o que é que menoscabado poderia querer dizer
(acho que nem shakespeare teria engenho para uma palavra tão anacrónica em qualquer momento de qualquer tempo presente)
sem nunca passar de uma pericómica especulação.
Fui dormir e na manhã seguinte abeirei-me do fogão, calções de dormir e meias a meio da canela
(ou peúgas se calhar eram truces e eu dizia calções)
para não passar tanto frio durante a noite já que a cama é só. Havia ideias requentadas para a manhã, restos de coisas, meias rendas. Nas ideias requentadas havia umas ligas de mulher
(era o conto que fiquei de contar sobre a mulher e a arte de amar que se ia chamar a arte da beleza mas não me lembro de envolver ligas de mulher por isso não devia ser o mesmo conto. talvez fosse uma micronarrativa ou qualquer coisa sobre mulheres nuas ou mulheres que se despem sozinhas como se se despissem para outras mulheres ou homens)
, devia ser um conto erótico que nunca pensei em escrever. Acho que a vida é erótica o suficiente, pesada o suficiente e se escrevermos sobre a vida teremos tudo isso. Até as mulheres que deixam todos os pelos e as mulheres que tiram todos os pelos. E homens também.
Sentei-me num banco a beber café e a comer torradas
(já nietzsche culpava platão por todos os males religiosos da humanidade da imortalidade da alma especialmente agora que eu me estava a torna metafísico. já me tinham dito isso mas acho que na altura não tinha entendido muito bem o que me estavam a dizer mas eu também sempre precisei de algum tempo para digerir as ideias pensei sempre com vagar como se o tempo estivesse sempre para mim o que teria em quantidade não teria em velocidade)
, foi assim a manhã, café com leite, torradas e ideias requentadas.
 
Thursday, November 15, 2007
  A música e o que está dentro do corpo
Os pretos nascem prontos a abanar o cu, toda a gente sabe isso. Nascem com o ritmo no corpo, prontos a dançar kizomba desde que andam.
Os brasileiros, mestiços e deslavados, nascem prontos a sambar, tocar cavaquinho e violão, toda a gente sabe isso. Nascem com o carnaval no sangue, prontos para o pagode desde a favela.
Os portugueses nascem prontos a chorar, a tocar as cordas do coração e saudosar os descobrimentos, toda a gente sabe isso. Nascem com o fado na alma, prontos a cantar a amargura da vida.
Todos os outros países do mundo nascem com qualquer coisa no sangue e na alma que os distingue de todos os outros, toda a gente sabe isso. Nascem assim
(é corrente ouvir a muitas pessoas estas afirmações. mas quando vemos um preto a dançar ou um brasileiro ou um português a chorar ninguém se lembra que o preto aprendeu a abanar o corpo o brasileiro a rolar a bunda o português a chorar desde pequenos cresceram com aquilo enraizou-se. nas suas almas não havia o gene do samba da kizomba ou do fado existiu um conjunto de factores ambientais que levaram a que dançassem ou cantassem tão bem. porque nasceram a ouvir esses ritmos a dançar esses ritmos desde pequenos ou essas canções de tristeza por isso parece que têm isso no corpo. mas não é porque são pretos ou brasileiros ou portugueses. não é a cor da pele que determina a nossa cultura.
ela tem a pele mais branca e mais doce que alguma vez toquei. dança como uma preta abana as ancas sobe-lhe a barriga até aos seios roça-se e rebola em mim. nessas alturas fico encabulado não sei que fazer com tanta sensualidade anda cá branca digo-lhe e puxo-a para a cama com poder colonialista e tomo-a a minha branca translúcida pintalgada que nem onça)
.
Odeio estas afirmações. São racistas e xenófobas. E as pessoas que as dizem, mesmo quando o fazem por razões políticas imbecis, deviam ter vergonha.
Não há coerência no nacionalismo, é uma desilusão.
 
Tuesday, November 13, 2007
  Os livros e a literatura
Quando comecei a vender livros acreditava que conseguia vender literatura em vez de vender só livros. Recomendava livros que as pessoas depois me vinham dizer que eram chatos, que não tinham pontuação e que não se percebia nada
(bom bom é ler aqueles que sofrem muito para ficar juntos aqueles que fazem limpezas espirituais aqueles que têm palavras como paixão amor inesquecível bosque céu sol recordar impossível verão primavera retrato memória em capas com pores do sol pégadas na neve e mulheres a fingir que são virgens e a fazerem-se de púdicas a beijar homens sem pelos no peito)
.
Nunca me tinham chamado intelectual a título de insulto
(que faz todo sentido em juntar-se a mais uns quantos defeitos como arrogante pretensioso e convencido)
. Sempre que me chamavam eu até considerava isso bom porque queria dizer que eu era inteligente e sabia coisas. É verdade, sei coisas, aquelas a que podemos chamar conhecimento inútil #n. Mas apesar de tudo, até conseguia vender os livros que me davam para vender
(livros que eu desprezava e que outros compravam como literatura)
. Só por estar impresso, páginas arrumadas e marcadas num livro, coerentes e ligadas por cola, nisso não faz com que esse objecto seja literatura. Só quando comecei a distanciar os conceitos é que compreendi que a diferença entre vender um livro do José Saramago e outro da Nora Roberts era como vender, num supermercado arroz para risotto ou trinca de arroz
(interessa vender o produto e não a sua qualidade)
, respectivamente. Quando comecei a ver os livros como um produto e às vezes como veículo da literatura, tudo se tornou mais fácil.
 
Friday, November 09, 2007
  Refugiados físicos e emocionais
Já não sei escrever com o coração, fui-me treinando tanto a escrever com outras partes do corpo que acabei por esquecer a emocional. Apesar de tudo, não é só o poeta que finge, o prosador também é meliante e aldrabão
(e por isso durante muito tempo desprezei toda a poesia que escrevia ao longo da adolescência e primeiros anos da faculdade só o que veio depois desse reconhecimento e esquecimento do coração é que conta. por isso hoje tento escrever com o coração)
.
Hoje sou um refugiado
(nem sei se quero escrever mais porque ser refugiado está ligado a uma deslocalização temporal conteporânea e coeva que nos arranca as raízes de tubérculos e nos atira para uma sopa de identidades)
. Arrancaram-me de casa, nem sei bem porque fugi. Precisava
(as condições fui eu quem as impôs não precisava de visto nem tinha só a roupa que levava no corpo dava-me ao luxo de cagar e mijar em casas de banho lavadas levava às costas o computador e ouvia música sabendo que quando chegasse podia sempre carregar a bateria)
? Talvez não. Acho que quando entrei no comboio nem sabia para onde ia, quando cheguei não sabia a que chamar casa
(tinha chaves da tantos sítios que nem sei portas de casas
não lares em português é tão difícil essa distinção
carros e caixas de correio cacifos e cadeados)
. Um refugiado, que sendo benvindo em muitos países não se sente bem em nenhum, porque não é um país a sua casa, nem uma nacionalidade, nem as incongruências do nacionalismo. Um refugiado emocional é aquele cuja casa é um coração fora do seu peito.
Definição construída a partir da seguinte definição
(refugees are people who sleep in tents and have no potable water or plumbing right refugees carry their belongings in bags instead of suitcases and they don’t have cell phones or internet access right grasping my passport in my hand like my life depended on it with two extra months in syria stamped inside it hit me how wrong i was. we were all refugees i was suddenly a number no matter how wealthy or educated or comfortable a refugee is a refugee a refugee is someone who isn’t really welcome in any country including their own especially their own)
.
 
Tuesday, November 06, 2007
  Arte, pfff…
Voltei a dividir a minha alma mais um bocadinho. Só para dizer que arte é aquilo que tratamos como arte
(carregar na frase entre parênteses)
.
 
  Aniversário
Pela primeira vez comemoro o aniversário de um blogue e pela segunda vez faço-o por causa de um número importante e com o pensamento no pai Mário. O dois, o único número primo que é par.
 
Thursday, November 01, 2007
  A perdida arte de não escolher
Realmente perdida. Para mim não
(a verdade é que não se pode encontrar algo que nunca se teve para mim há-de ser sempre a arte intocável impalpável porque apesar de tudo é bom ter escolhas e poder fazê-las faz parte da nossa liberdade o que não quer dizer que seja fácil)
. Ontem ainda buliam em mim as minhas escolhas. É tão difícil limitar as escolhas a cinco. Mas ainda bem que escrevi dez palavras
(se calhar mais se calhar menos a minha dicção nestes dias não anda muito feliz)
sobre o espírito do tempo presente, porque é isso que me leva a remediar o que escrevi ontem e talvez acrescentar mais alguma coisas.
A escolha é contingente a tudo, até ao próprio dia. Não é uma questão de fases, de anos, de meses. Pode mesmo ser uma questão de dias. Por essa razão os filmes que escolhi ontem podem não ser os mesmos de hoje
(por acaso quase são)
, e os de amanhã serão diferentes. Quando tiver quarenta anos, trinta anos, tantos mais anos, o dobro, do que tenho agora, os filmes serão diferentes.
(como isto é um memorando como o da página cento e sessenta e um quinta linha fui ver outros blogues outras pessoas e observar as suas escolhas)
E depois de os ter visto e observado fiquei a sentir-me incomodado com as minhas escolhas. Deveria ter escolhido filmes mais antigos? Assim, sem dúvida que pareceria mais inteligente, mais bem documentado. O filme mais antigo que escolhi tem treze anos
(no entanto já estou arrependido da escolha que fiz ontem não me lembrei do paris texas não queria tirar nenhum da lista apenas acrescentar outro)
.
O facto do filme mais antigo ter treze anos apenas revela várias coisas, entre elas a minha idade, e mesmo que não a revele com exactidão, dá uma pista bastante precisa. Para me consolar lembrei-me de uma ideia do Stanley Fish
(o mesmo que disse ‘every decoding is another encoding’)
, que afirmava que não existiam ideias originais, uma vez que a arte tem como alicerces tudo o que foi feito anteriormente. Pensando de forma lógica, isso poderia querer dizer que o que se faz agora é melhor, na medida em que já remediou e sublimou tudo o que ficou para trás, do que foi feito antertiormente
(então e porque é que não é o que é que falha porque é que continuo a preferir os the beatles a muitas outras bandas)
, da mesma forma que o Duchamp foi o precursor do design ao democratizar a arte através de um urinol num expositor.
 
fgautomatica@gmail.com | 'é necessário ter o espírito aberto, mas não tão aberto que o cérebro caia'
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