Tudo
Numa aula de filosofia um professor perguntou qual era o contrário de cavalo. Uma espécie de antónimo filosófico que fizesse com que os alunos se sentissem inteligentes e coniventes com a matéria. Égua, burro, mula, macho; em suma, equídeos. Todas as respostas estavam erradas e todas as respostas estavam certas.
O contrário de cavalo é não-cavalo.
Se ser cavalo é ser equídeo, as respostas que transcrevi estavam erradas. Se ser cavalo é ter quatro patas, mais animais estão abrangidos. E assim sucessivamente.
E maçã?
E automóvel?
E assim sucessivamente.
Não são cavalos nem equídeos nem têm quatro patas. São, portanto, não-cavalos. Ou seja, tudo.
O contrário de qualquer coisa é tudo. Que grande falácia.