Fantástica Gramática Automática
Monday, March 19, 2007
  Heitor
Há algumas noites atrás sonhei com o Heitor
(ou para ser mais pujante)
Sonhei com o Heitor
(quero uma afirmação com esta força, dura, rápida e certeira e para que não haja confusões, o Heitor não é o de Homero Ovídio Vergílio
é o meu
fico sem palavras porque não posso
é injusto
chamar amigo a alguém que já não vejo há cinco anos, de quem não quero saber há cinco anos, que não quer saber de mim há cinco anos. Não é injusto porque ele se esqueceu de mim nos últimos cinco anos
isso é lá com ele e com a consciência dele
mas sim porque eu não quis saber dele. Com a minha consciência devia poder eu bem com, mas a verdade é que não posso.)
Sonhei com o Heitor que era um daqueles amigos da adolescência que daria um personagem fantástico se o Rui Cardoso Martins fosse uns anos mais novo e o tivesse conhecido A vida dele era tão tramada que muitas vezes penso que ele dependia apenas dos amigos Podia estar tudo bem por fora mas havia algo que o roía por dentro que o egoísmo adolescente não nos permitia ver
(da mesma forma que o egoísmo universitário não deixou ver muitas outras coisas ou começámos
uns mais cedo do que outros
a tapar o sol com a peneira ou simplesmente a ignorar algo que estava a ganhar forma. Depois do fundo quase ter cedido quando caiu em queda livre sem rede nem pára-quedas levantou-se e sacudiu o pó dão fato de devia ter posto e fez-se à vida.)
Não sei porque sonhei com o Heitor e até podia saber no meu intimo que há uma razão que me fez ter aquele sonho
(o único em cinco anos)
mas desta vez e daí que esteja intrigado não consigo palpar as razões pelas quais aquilo aconteceu. Sei nada
(e mesmo assim o suficiente)
para saber que os sonhos que temos não acontecem por acaso, relacionam-se com aquilo que fomos somos e
(talvez)
iremos ser tudo num movimento hermenêutico e esotérico. No entanto o meu conhecimento em ambas as áreas é tão limitado
(três áreas
psicanálise
hermenêutica
esoterismo)
que não sei por onde é que hei-de pegar. Talvez pela hermenêutica, mas para isso teria que escarafunchar muito em mim, nele, em nós. Não quero. Senti-me sempre menor ao lado dele. Não quero falar sobre isso Não quero escrever sobre isso CHIU!
Sonhei com o Heitor e acaba da mesma forma como começa. É verdade que o sonho metia drogas e verdade que o sonho nos metia a todos. É de fácil compreensão as pessoas que aparecem no sonho, mas não o porquê. E é aí que reside, naturalmente o busílis da questão que não quero explorar.
 
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