Dos direitos de autor
Não há ideias originais. A originalidade é um conceito romântico do século dezoito e dezanove.
Stanley Fish
(o mesmo que disse que qualquer descodificação é uma codificação que se pensarmos de forma inversa é a mesma coisa. qualquer codificação é uma descodificação por isso. mas talvez até não seja que uma pesquisa mais apurada indica-me que foi peirce o autor o mesmo a quem chamam pai da semiótica resta-me portanto prestar homenagem tanto a stanley fish como a charles peirce ainda que para o caso presente me interesse mais o stanley fish porque é a ele que se atribui a afirmação sobre a qual pretendo trabalhar)
, que afinal não afirmou que “every decoding is another encoding” afirmou que não há ideias originais porque todas as nossas ideias são fundadas no construto de ideias que nos antecede.
O pensamento que não é pensamento mas apenas a relação de ideias é algo que todos fazemos
(ao contrário do pensamento em que as ideias no seu estado cósmico e caótico nos surgem como diz nietzsche)
e isso não é criação , é apenas relação. Mesmo a somatização das ideias é apenas colocá-las em relação, não é pensá-las nem originá-las.
Tentar escrever uma ideia conforme elas nos surgem não só é impossível porque para isso não temos recursos multimediais
(aqueles que o nosso metafórico sistema conceptual permite)
mas também porque a própria mediação do nosso corpo põe as ideias em relação com os nossos conhecimentos prévios, ou seja, deixam de ser pensamentos e passam apenas a ser relações de conhecimento. Sobre estas podemos ter direitos de relação, mas não de autor.
Texto publicado em duplicado
aqui.