A música e o que está dentro do corpo
Os pretos nascem prontos a abanar o cu, toda a gente sabe isso. Nascem com o ritmo no corpo, prontos a dançar kizomba desde que andam.
Os brasileiros, mestiços e deslavados, nascem prontos a sambar, tocar cavaquinho e violão, toda a gente sabe isso. Nascem com o carnaval no sangue, prontos para o pagode desde a favela.
Os portugueses nascem prontos a chorar, a tocar as cordas do coração e saudosar os descobrimentos, toda a gente sabe isso. Nascem com o fado na alma, prontos a cantar a amargura da vida.
Todos os outros países do mundo nascem com qualquer coisa no sangue e na alma que os distingue de todos os outros, toda a gente sabe isso. Nascem assim
(é corrente ouvir a muitas pessoas estas afirmações. mas quando vemos um preto a dançar ou um brasileiro ou um português a chorar ninguém se lembra que o preto aprendeu a abanar o corpo o brasileiro a rolar a bunda o português a chorar desde pequenos cresceram com aquilo enraizou-se. nas suas almas não havia o gene do samba da kizomba ou do fado existiu um conjunto de factores ambientais que levaram a que dançassem ou cantassem tão bem. porque nasceram a ouvir esses ritmos a dançar esses ritmos desde pequenos ou essas canções de tristeza por isso parece que têm isso no corpo. mas não é porque são pretos ou brasileiros ou portugueses. não é a cor da pele que determina a nossa cultura.
ela tem a pele mais branca e mais doce que alguma vez toquei. dança como uma preta abana as ancas sobe-lhe a barriga até aos seios roça-se e rebola em mim. nessas alturas fico encabulado não sei que fazer com tanta sensualidade anda cá branca digo-lhe e puxo-a para a cama com poder colonialista e tomo-a a minha branca translúcida pintalgada que nem onça)
.
Odeio estas afirmações. São racistas e xenófobas. E as pessoas que as dizem, mesmo quando o fazem por razões políticas imbecis, deviam ter vergonha.
Não há coerência no nacionalismo, é uma desilusão.