Do prazer
Hoje escrevo por escrever. Não tenho na ideia nenhum exercício de estilo, nenhuma reflexão filosófica. É escrever pelo prazer de escrever
(ai agora lembrei-me de algo mas como até foi um filósofo que escreveu o melhor é nem sequer pensar nisso para não cair na tentação de começar é melhor parar já fechar os parênteses e pronto não se fala mais nisso)
. muitas vezes me pergunto se terei mesmo prazer na escrita ou se o prazer residirá no prazer que tenho em outros admirarem a minha escrita. Não sei se há resposta para essa pergunta porque na verdade não sei se alguém admira a minha escrita. No entanto, retiro também prazer da expectativa do prazer que os outros retirarão
(como sentir prazer por antecipação da mera possibilidade de os outros admirarem aquilo que escrevo retiro já prazer mesmo que saiba que está tudo em mim que o prazer que retiro é apenas meu. reside na expectativa o prazer porque sem saber se alguém me admira vivo só esperando que alguém o faça e nessa espera criada por mim há o prazer não real. é o prazer da expectativa criada ilusório. escrevo para mim)
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Mas hoje nem sequer pensei em expectativas e prazer. Deixei que as palavras se juntassem como o café, o leite e o açúcar amarelo e a manteiga a derreter nas torradas. Ao pequeno-almoço.