Da não-moral
É porque também estou quase no fim
(e foi mais tempo que a república mas acho que isso é porque também não tinha tanta disponibilidade como quando lia na cantina do british museum)
, há tanto tempo que não demorava tanto tempo a terminar um livro. Disse o mesmo com Platão, mas achava que tão cedo não repetiria a graça.
Porque se o precursor era também precursor da moral, o sucessor considerava que a moral era aquilo que destruía uma sociedade
(estas afirmações do sucessor tinham origem numa sociedade de base moral religiosa ou de origem religiosa da mesma forma que a ausência de moral fez com que o precursor assentasse a sua lógica na moral que mais tarde veio a ser utilizada para um sem fim de credos)
.
Hoje em dia observamos que a religião – e por sua vez a moral – está cada vez mais afastada das pessoas, o que dá origem a fenómenos de filosofia moral, no seu exemplo mais gritante com o nome de Fernando Savater. Pretende moldar princípio intelectuais e de conduta
(laicos)
sem se aperceber que esses mesmo princípios ou verdades foram já códigos
(cruéis)
de conduta religiosa.
Há uma alternância entre períodos de moralismo e anti-moralismo
(e como em qualquer ciclo para haver um objecto dominante há outro objecto dominado que há-de ser dominante. nesta alternância não variam os referentes ou significantes. mesmo estes podem ir mudando de condutas religiosas a princípios morais e com os tempo chegarem a ser verdades universais comummente aceites que já não são questionadas nem a sua história e origem lembradas)
, mas sim os nomes contingentes ao zeitgeist. A origem destes ciclos vem da moral religiosa que passa a verdade e depois a princípio e da reacção a esta moral, cuja sua maior expressão foi veiculada pelo sucessor.
No entanto os conceitos que defende para o espírito-livre derivam da moral religiosa: honestidade, verdade, assertividade. E não se apercebe que o homem filósofo que propõe não está tão longe do filósofo-rei do esfíngico precursor.