O engano desenganado
Quando eu não era eu sabia sempre quem era. Não era nenhuma escolha aleatória, não era um acaso. A escolha era baseada numa experiência prolongada de repetição
(uma série de televisão que seguia um filme que revia vezes sem conta)
, tal como as crianças que ouvem sempre a mesma história. Sabíamos o que dizer, sabíamos o que íamos fazer.
É seguro sermos outra pessoa que já conhecemos porque sabemos sempre o que temos que dizer e qual a reacção dos outros a isso.