Os porcos
Fiquei sem perceber a metáfora dos velhos e dos porcos. Guerra aos porcos existia por guerra aos velhos
(mas eu não consigo perceber se a figuração do porco deve ser entendida de um modo literal ou não)
, mas a metáfora em si será completa
(no sentido em que agora teremos que procurar um paralelismo entre o universo suíno e o universo humano)
?
Ou seja, os porcos vivem em pocilgas e cheias de lama e cheiram mal e têm que ser alimentados pelo homem para que sobrevivam, a não ser que estejam soltos no campo e se alimentem daquilo que encontram
. A literalidade da metáfora não se pode apenas relativamente às manifestações físicas de ambos os animais, tem que ser algo mais profundo. Mas não sei qual a extensão da expressão velho
(um velho de quando de que zeitgeist)
. Talvez os velhos que são os velhos de antes da segurança social. A vingança dos novos velhos é viver bem, não depender de uma mesada governamental nem dos jovens.
A guerra que os jovens fizeram aos velhos, que não é do Adolfo Bioy Casares, mas desde Cyrano de Bergerac
(e se pensarmos na inutilidade da criança até começar a produzir ou no velho ancião percebemos que são tendências flutuantes da guerra)
ou até antes, talvez Platão já tivesse falado disso
(tenho que ir rever as minhas notas mas creio que os velhos eram acarinhados na cidade protegidos e saudados pela sua
pretensa
sabedoria)
. A origem filosófica da guerra deriva da dialéctica da angústia do desconhecimento e da tranquilidade da experiência.