Fantástica Gramática Automática
Sunday, May 11, 2008
  A polissemia da tristeza
A solidão confronta-nos quando menos dela temos precisão
(até rodeado de pessoas podemos estar)
. Queria poder voltar a escrever sobre a tristeza com extrema metaforização, mas já não o sei fazer. Fui demasiado longe
(passe além de um certo ponto de não retorno e tudo aquilo que posso fazer a partir de agora excluí aquilo que uma vez já fiz em modo repetido)
para poder voltar a escrever do modo que escrevia. Mesmo que quisesse já não seria capaz de o fazer, as metáforas envelheceram empoeiradas, cortinados pendurados ao sol que lentamente perderam a cor e ganharam nevoeiro.
Lembro-me quando o autobiografismo era tão directo que passava por uma ficção dirigida a uma segunda pessoa do singular. Deixou depois de o ser
. Não sei o que se passou entretanto, a minha biblioteca mudou e ganhou profundidade. A minha tristeza mudou de uma total metaforização do eu através dos cortinados velhos
, passou do plano sentimental e metafísico para o plano totalmente físico.
 
Comments:
encriptei a escrita enrolei-a em tantas referências deixei de usar aleatoriamente as palavras que se tornou quase impossível de entender aquilo que escrevia mesmo para mim quando passadas alguma semanas relia aquilo que tinha originalmente escrito. onde se encontrava o conceito onde subjazia a verdadeira ideia que escondia debaixo de tantas camadas
 
deixou de ser tudo aquilo que era para ser um estado físico passado para as palavras a rigidez no pescoço a digestão imóvel as sinapses que não se processam os membros lânguidos a ausência de desejo sexual a fronte suada e a frente desfeita
 
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