A vida boa
Hoje não consigo deixar de pensar na perenidade da vida
(na vida física e nos possíveis signos que individualmente serão mantidos qualquer que seja o seu suporte)
e, em certa medida na inutilidade filosófica e religiosa. Porque pensava na vida no universo e na nossa própria pequenez, percebia que o pensamento filosófico
(reconhecendo neste momento a religião como mais uma filosofia de condição da vida)
é apenas a ignorância do mundo maior que nos rodeia e da significância de toda a nossa existência. Assumo algum prazer filosófico, mas mais do que me trazer resposta alguma a inquietação que daí emerge torna-me mais livre
. E a liberdade é dolorosa. Parece-me que em cada escolha há tanta liberdade que perante o infinito me sinto tão pequeno que a escolha se torna tão dolorosa por tudo aquilo que perdi.