Informação
Depois sinto-me assim, autista
.
Em forma de narrativa com a sinalética completa,
Estava, há uns dias atrás. sentado numa sala. Era uma sala como outra sala qualquer, com motivos decorativos. Uma sala onde as pessoas bebem café, comem refeições ou apenas bolos. Podem até beber chá, e bebem toda a água que quiserem que não se paga. Não gosto desta sala. Tem história suficiente para fazer a minha idade seis vezes: foi café, galeria e há dois anos atrás, já eu tinha entrado nos vinte há três, voltou a ser café. Estava lá e sempre que olhava para as paredes, para o tecto, para as colunas. Tudo cheio de símbolos, misturas de texturas justapostas de classicismo, renascimento e neo-classicismo. De cada vez que olho canso-me, demasiado. Bloqueio e concentro-me no palato e no café.
Há vários arcos no café que dão para um corredor que dá para um jardim onde no Verão algumas crianças nadam nuas e pedófilos pedofiliam.
O jardim tem relva, um lago no meio, um café no canto nordeste e no canto sudoeste e nestes dias uma instalação de painéis verdes que simulam um jardim chinês. Esconderijos para os pedófilos pedofiliarem as crianças que nadam nuas. Decido que gosto mais do jardim do que da sala clássica, renascentista e neo-clássica. Não tenho o sentimento autista
. Mas depois sinto-me assim, autista.