A simbiose
Não merece a ocasião o desenvolvimento da relação simbiótica entre o crítico e o produtor
(e se acreditarmos na morte do autor como parte do produtor e que este cancro a ele se estenda)
, ou entre o crítico e o produto. Ou entre a crítica e o produto? Não merece a ocasião (escrevia já eu umas linhas acima ou parágrafos se contarmos com este hábito mau de saltitar)
.
Mas devido à conjugação de uma casa de leilões e muito trabalho para uma empresa de mudanças e ao ócio mental que o meu novo trabalho me proporciona, devolvo as ideias ao problema.
Parece-me ser, a instituição, o conceito-chave
(o produtor ou o produto como instituição)
.
decido-me por personificar. Nem isso, metonimizar
(crítico por crítico e crítica e produtor por produtor e produto)
. Devolvo-me à nascente, toda a arte é conceptual, caso contrário não seria arte. Aquilo que separa o mesmo produto produzido por dois sujeitos diferentes
(notem o uso de sujeito já que um deles vai ser produtor e outro não)
: um que desenvolve um conceito ao longo de um processo e chega a um produto final que é a soma; outro que desde logo obtém um produto final e tenta, posteriormente, o conceito. Produtor e sujeito #n, respectivamente.
Isto é a instituição
Mas a instituição é também reconhecida por envolver mais factores, entre eles o crítico. Produtor e crítico funcionam em simbiose dentro da instituição. No momento em que o produtor produzir algo que não é conceptual, na ânsia de criar uma narrativa, de interpretar, de compreender, o crítico completa o trabalho do produtor
(este movimento fomenta a manutenção do produtor e do crítico que cambiam de função de modo a concentrar poderes)
. O mesmo não acontecerá com um produtor que esteja fora da instituição
(embora um qualquer produtor faça sempre parte de uma qualquer instituição)
, uma vez que a instituição é uma forma exclusa.
(É redundante e há muito discutido e provado)
mas o produtor e o crítico necessitam-se. Cada um valida o trabalho do outro.