Quando há quase uma semana atrás
escrevi sobre o pós-modernismo não pensei que me questionassem sobre o que queria dizer com “todos os lugares para todas as coisas e todas as coisas em todos os lugares”
(na esperança que a ironia afastasse quaisquer dúvidas que surgissem e me escusassem também a uma pequena explicação sobre o pós-modernismo)
. Não sei muito obre o pós-modernismo, mas se o modernismo pautava por manifestos artísticos que separavam uma corrente de outras
(vejamos os diversos manifestos surrealistas de andré breton por exemplo uns revolucionários e outros reaccionários)
e da exploração dos media. Ou seja, tudo estava separado, categorizado e arrumado.
Quando os estilos se começaram a misturar
(dando origem ao conceito de in-between defendido por um autor muito conhecido dos estudos pós-coloniais cujo nome não me recordo)
criaram-se espaços. O novo espaço nasceu de uma nova mistura
(não só ente correntes artísticas do mesmo medium mas de media diferente. todos os lugares para todas as coisas e todas as coisas em todos os lugares)
do mesmo modo que de cada vez que uma nova mistura, combinação é feita, um novo espaço é criado, aberto. Até ao infinito todas as combinações são possíveis, tal como o espaço ocupado.
A impossibilidade de catálogo de todas as combinações possíveis
(porque uma produção pode ser um género único mas também um acto único)
. Cria-se o pós-modernismo para fazer face à variedade de produção, abrindo o leque todas as manifestações artísticas
(o pós-modernismo era a continuação do modernismo mas com a possibilidade de mistura de géneros e media)
. Do mesmo modo que o pós-colonialismo. Para explicar tempos que têm uma carácter tão politicamente correcto que a catalogação funciona como um exercício de discriminação. E isso é mau.