História e arte: do museu
Esta história torna ao tempo em que trabalhava no museu. Não que fossem tempos muito interessantes mas tinha tempo. As horas estendiam-se e eu podia pensar
(às vezes pensava sem saber o que pensar. ou concentrava-me e pensava e lembrava-me do que tinha pensado)
, muitas vezes escrevia para não me esquecer. Uma vez escrevi sobre museus e história e arte. E ia assim
O valor histórico não deve ser confundido com o calor artístico, mesmo que haja museus de arte moderna
(vamos utilizar moderna porque eu ainda não me decidi sobre as maravilhas da existência
ou
não do pós-modernismo ou pós-colonialismo e para simplificar o meu argumento)
e museus de arte antiga
(mas a minha dúvida subsiste ainda porque mais do museus de arte moderna e museus de arte antiga existem museus de história)
. A confusão entre o valor histórico e o valor artístico surge quando nos mesmo espaço coexistem objectos que são valorados, mas cujo valor é diferente.
Os objectos do quotidiano
(quer seja de um coevo ou contemporâneo passado ou presente)
não mais valor do que aquele prático que satisfaz uma função imediata. Tornar-se-ão valorados porque categorizam e codificam um certo tempo no fluxo histórico
(não porque são arte ou a eles assiste uma técnica especial ou específica ou um virtuosismo excepcional)
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O problemas reside em colocar debaixo do mesmo tecto, com o mesmo rótulo objectos com diferentes valores, que o valor histórico não deve ser confundido com valor artístico
(galeria de artes coevas a tempo ou repositório de objectos velhos)
. O tempo e a história contada diluem as fronteiras entre valores, fazendo com que os agregados museológicos confundam tudo
(a história não acabou existe nos museus de arte moderna nos museus de design nos museus de história e nos museus que misturam tudo)
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