Fantástica Gramática Automática
Wednesday, October 31, 2007
  Carta aberta à Rita
Querida Rita
Não poucas vezes me tentaram seduzir a dizer os meus filmes preferidos, as bandas preferidas, autores preferidos, obras preferidas
(foi de tal forma que ainda há uns dias atrás conversava com uma amiga minha e dizia que se alguém quisesse conhecer o ocidente bastavam três obras para o conhecer a república as metamorfoses e a bíblia. acho que no momento disse que era para o mundo todo mas não pode ser porque não conheço nada da literatura árabe africana asiática em todas as suas variantes. até esta frase é ignóbil uma vez que o oriente foi uma invenção do ocidente)
. E, claro, de todas as vezes que mo fizeram, eu caí na brincadeira. Convenhamos que eu sempre fui muito mau a ver essas patifarias. Preciso de tempo
(sempre precisei de tempo para tudo querida rita a inteligência até podia estar do meu lado mas nunca à velocidade que eu queria ou ambicionava fui sempre muito mais lento muito menos audacioso e acabei sempre por me identificar mais com o pee-wee do que com o fonzie)
para compreender aquilo que me perguntam, preciso de tempo para conseguir dar uma resposta adequada. Às vezes sinto-me tão pouco, Rita.
Conto-te uma história
(não sei que história hei-de contar vês gostava de ser daquelas pessoas que têm sempre algo engraçado para dizer entre o sério e o engraçado não piadético um encanto blazé)
, mas é melhor não. Foste tu quem estudou alemão, não foste? Mesmo que não deves conhecer o conceito de ‘zeitgeist’
(por outras razões que não aquelas que te ocorrem de momento comecei a gostar imenso desta palavra nos últimos meses tal como dicção. acho que para gostarmos das palavras e daquilo que elas querem dizer temos que saber o que elas querem dizer mas isso já dizia platão)
, aquilo a que eu chamaria de ‘espírito do tempo presente’. Porque em momentos diferentes da minha vida tive preferências diferentes, em tudo
(suponho que até nas mulheres que foram meninas raparigas e agora são mulheres feitas corpo mental em corpo real)
. E este não é muito diferente dos outros. Hoje gosto de umas canções, amanhã aborrecem-me, ou durante uns anos deixam de ter interesse para as voltar a descobrir
(com as mulheres já não foi assim)
, os filmes, os livros: repito a leitura de livros para encontrar tantas outras leituras dentro das palavras. As palavras têm vida própria que não é senão a que lhe damos. Contava isto a uma amiga quando reparávamos que dizíamos muitos mais palavrões em língua estrangeira que na nossa própria. E os filmes também têm a vida que lhes damos, apropriamo-nos deles através dos sentidos e fazemo-los nossos.
Não quero com isto dizer que me escuso a responder, porque se houve coisa que com a experiência nunca aumentei foi a esperteza
(e sem nenhuma ordem que não a alfabética eternal sunshine of the spotless mind hable con ella lost in translation magnolia natural born killers)
.
Um beijinho amigo,
M
 
Tuesday, October 30, 2007
  Correio pessoal
E passadas umas horas já estava no ar outra vez.
 
Saturday, October 27, 2007
  A dicção
Às vezes tenho medo de ler livros. As últimas duas semanas têm sido uma dessas vezes
(há uma angústia que não consigo controlar. sei que nos livros encontrarei aquilo que procuro já vi as arestas e os vértices mas ainda não os agarrei)
. Não é a primeira vez que isso acontece. Acho que tem acontecido ao longo de toda a minha vida. Cheirava os livros dos meus pais, via, a páginas tantas e tinha medo do que podia encontrar
(e sempre que me decidia a gostar do cheiro dos livros mesmo aqueles que ficaram na garagem inundada encontrava o que procurava melhor ainda encontrei coisas que foram muito importantes depois como percursores da vida que acabei por estar a viver)
.
Por mais que tente encontrar a razão da minha ansiedade não a encontro. Uma metáfora ou uma metonímia podiam ajudar-me, mas nunca chegariam ao âmago do meu medo, apenas dariam uma melhor compreensão daquilo que estou a atravessar
(creio que a minha dicção sempre foi muito particular mas também acho que a dicção de cada um é muito particular)
. Cada vez que me sento a abro o livro escrevo. Escrevo páginas de ideias, de conjecturas e, no final, tenho medo de tudo isso. Não tenho medo de pensar, isso dá-me prazer
(é um livro importante é um livro mais velho que eu)
, fico paralisado enquanto as ideias são escritas sem mediação da mão. No final do dia leio o que escrevi.
 
Wednesday, October 24, 2007
  O critério um dois experiência
«Procuraremos uma definição de comum acordo, tentando tê-la sempre em mente, enquanto discutimos» (Platão 2000: 237d):
as – as;
bruxas – bruxas;
de – de;
hoje – hoje;
em – em;
dia – dia;
não – não;
são – são;
queimadas – queimadas;
licenciadas – licenciadas;
e – e;
chamam-se – chamam-se;
homeopatas – homeopatas;
na – na;
idade – idade;
média – média;
eram – eram;
bodes – bodes;
expiatórios – expiatórios;
fazem – fazem;
parte – parte;
da – da;
ordem – ordem;
dos – dos;
médicos – médicos.

As bruxas de hoje em dia não são queimadas. São licenciadas e chamam-se homeopatas. Na idade média eram bodes expiatórios. Hoje em dia fazem parte da ordem dos médicos.
 
Monday, October 22, 2007
  222
Pela primeira vez comemoro o número de um post. E o meu pai vai ficar muito contente porque comemoro com uma regra matemática: Regra 222.
 
Friday, October 19, 2007
  Pingue-pongue meteorológico
Pedirem-me para ser sombra e eu só saber ser sol.
 
Wednesday, October 17, 2007
  A vida e morte das ideias
Antes de entrar no metro, antes de descer à plataforma, na rua. Desciam frases nos prédios, ideias nos parapeitos
(afasto a mulher que depois da celulite nocturna nunca mais apareceu depois do soutien e das cuecas nunca mais dobrou lençóis nos meus olhos)
da picheleira. Nas Olaias não floresciam olaias. Apenas ideias. Mas uma ideia é tão caótica, tão custoso torná-la afiada como uma lança, tão mortífera e implacável. Gosto das ideias como vêm, sem pretensões de violência, apenas matéria metafísica aleatória e contingente.
Num prédio cor-de-rosa agarrei uma frase num quebranto, uma ideia num parapeito outro
(não ligo às ideias não ligo as ideias elas vêm ficam minutos horas e não as escrevo. perco-as num vão ou num devaneio num carril ou num lancil. perco-as na esperança de as encontrar outra vez perco-as por descuido cuidei que não mais me iria esquecer de tão boa ideia. perco-as porque as penso porque penso que se me concentrar a ideia voltará. vive em mim a ilusão de que as ideias são recorrentes e que a qualquer momento as posso retirar da biblioteca com uma cota e uma estante fixa)
, desci com elas. Não iam na cabeça, já iam na língua e nos lábios, quase as saboreava, sabia o som, ouvia o som e sentia-o na minha boca. Distraí-me com a Lolita que levantava a saia para confirmar a robustez das coxas com o meu olhar e a ideia e a frase escorregaram pelo meu queixo apanhei-as meio caminho entre o pescoço e o peito num sussurro
(e depois olhei para as estações para as pessoas que passavam para os apaixonados que se beijavam para os cadernos de termodinâmica quântica)
. Quero essa ideia, esse pensamento, esse sabor na minha boca. Mas perdi-o. Não há biblioteca nem cota nem estante. Morreu para mim e há-de encontrar vida em Ningãe como encontrou em Algãe antes de morrer e voltar a viver em mim.
 
Tuesday, October 16, 2007
  Semântica e hermenêutica
Carregar na imagem para ficar grande.
Carregar nesta frase para ver de onde vem.
 
Monday, October 15, 2007
  As imagens
Desta vez
(começo sempre por começar a frase com a primeira expressão que me vem à cabeça e por muito que tente altera-la mesmo que tenha já outra ideia outra forma de começar não consigo fugir à primeira expressão que me aflorou a cabeça. nesse sentido sempre fui um pouco desleixado achei sempre que a primeira ideia era boa e que podia seguir por aí)
começo por desta vez.
Desta vez sonhei que um basset hound estava a violar um urso. O urso era grande, mas era de peluche
(depois eu era o basset hound e mostravam-me imagens e em todas as imagens eu só via o urso e ataram-me e prenderam-me numa sala com um colete de forças. nessa altura eu já não era o basset hound mas só um olho. via tudo e já não era ninguém)
.
Entretanto devem ter passado algumas horas que não me recordo. As imagens que me mostraram quando eu era o basset hound eram folheadas num álbum e caíam e formavam uma pasta líquida.
Hoje de manhã acordei mais cansado que ontem à noite me deitei.
 
Thursday, October 11, 2007
  A mulher na noite seguinte
Abro a janela
(e volto a descobrir a janela perdida durante a manhã. aparece só à noite. mas nem mulher nem soutien nem peito nem celulite. fico horas a enrolar a noite e o tempo às espera dos seios descaídos a dobrar lençóis da sensualidade da celulite)
, nada na janela entreaberta senão a luz. Nem um vulto.
 
Wednesday, October 10, 2007
  A mulher na noite
Era já tão de noite ontem à meia-noite. Abeiro-me da janela onde fumo os pulmões pela última vez antes do sono me tentar; nada para o sono e lá me decido depois da arte de amar
(ali muitas vezes as moças arrebataram os corações dos rapazes e vénus no vinho tornou-se fogo no fogo. aqui não te fies tu em demasia nas luzes enganadoras na apreciação da formosura são danosos a noite e o vinho)
em mais um cigarro, talvez seja com este que o sono venha
(abeiro-me da janela outra vez e com o correr e o toque no estore o cão começa a ladrar espreita o vizinho a ver se vê e olha a ponta vermelha que flutua. nunca sabe se tenho cinzeiro ou não chama o cão para dentro e de manhã vai ver se há uma ponta beata fumada e chupada)
. O sono não veio, mas o cansaço treme-me as pernas.
Deito-me, cama de jornais e livros umas peúgas se a noite se fizer fria e já é tão de noite outra vez que já era hora de tornar a dormir. O quarto minguou, a lua e as paredes encostam-se ainda mais
(como o prédio que tem sempre pelo menos uma luz acesa ontem era uma mulher de soutien que queria que alguém a olhasse também fumava e perfurava a noite na esperança de ver e ser vista peito descaído de quem já deu mama. explodia hormonas e sensualidade chegava-se à minha janela mas não me via talvez o risco vermelho e o resto da cinza a cair no cão. cheirava a mulher feita)
. Ainda depois do cigarro
(já era o terceiro o quarto o quinto que fosse hoje fumava a onça se isso quisesse dizer que via a barriga a desinchar e o peito descaído em soutien)
me ter queimado os dedos continuei a olha-la, um vislumbre de pernas e pelos, cuecas ao longe, dobrava lençóis e toalhas, suspirava pela celulite nas nádegas. Fechou a janela e a luz e desapareceu.
A noite tornou-se ainda mais inquieta e ainda tornei aos cigarros e ao cão para não me voltar a lembrar mais qual era essa janela que hoje não descubro de dia, onde se guarda essa mulher onde tornarei à noite, onde a verei em rota roupa interior a suspirar celulite e peito descaído
(é ainda tão de dia tão tarde se fará noite que o cão não ladre nem o vizinho espreite que esta noite a mulher será de novo somente minha)
.
 
Sunday, October 07, 2007
  Cadáver lírico
Às vezes é tão difícil encontrar as palavras, ligar primeiro as letras e depois o resto. É tão difícil. Thomas Mann afirmou eu “o escritor é a pessoa para quem escrever é mais difícil do que para os outros”
(e às vezes torna-se tão difícil que não conseguimos encontrar as nossas próprias palavras que nos agarramos às dos outros mesmo que saibamos que isso não nos vai salvar. escrever até pode ser um movimento por definição contaminado porque escrevemos tudo aquilo que foi já escrito mas reconhecer que as palavras nos fogem, que as não conseguimos agarrar)
. Não é mais fácil quando as conseguimos encontrar. Vivem dentro de nós, habitam-nos, temos que as gestar e as parir. Isto também é dor. Como um filho que nos edema e depois nos magoa por tanto o amarmos
(este é um dos meus mais pesados partos apesar de depois de nascido se tornar leve escrever é tão doloroso tão arrancado do interior de mim que apenas quando as palavras estão cá fora tomam essa forma de leveza mas até lá rasgaram-me as vísceras e flagelaram-me o corpo miguel fernandes ceia)
.
E se eu não for um escritor? E se eu me estiver a enganar? E se tudo isto for um embuste de mim? E se escrever não doer? E se só doer a quem não sabe escrever? Então isto tudo é nada.
 
Friday, October 05, 2007
  Morvern Callar
EM TÃO POUCO TEMPO REPITO TANTO O NOME E NÃO ME CANSO
(morvern callar
morvern callar
morvern callar
morvern callar
morvern callar
morvern callar até ao infinito)
.
É um conto com o mesmo nome, uma reflexão , um desejo, um sentimento de pertença e um sentimento que afasta qualquer sentimento de casa. Lar. Quando penso em tudo aquilo que o filme me fez sentir não o consigo transmitir. As palavras nunca são suficientes para descrever cheiros, sabores, audições, tactos, visões
(uma pêra tem um sabor metálico com grânulos o que é sabor o que é metálico o que são grânulos. e o metal é ferro aço titânio ouro prata lata. a que sensação me refiro a que metal a que grânulos)
. Mexeram nas minhas vísceras. Porque começa com um escritor morto e embora eu ainda não seja escritor e ainda não esteja morto, não deixo de partilhar a dor da escrita.
 
Wednesday, October 03, 2007
  Indecisões sectárias
Igualmente folheei algumas obras de Margarida Rebelo Pinto e achei-as de igual fraca qualidade. Da mesma forma de Barbara Herrnstein Smith afirma que o valor cria valor, a ausência de valor também cria ausência de valor. É um caminho análogo e antónimo.
 
  Injustiça
Apesar de serem conhecidas
(por um conjunto muito limitado de pessoas talvez quinze aquelas que são influenciadas pelas minhas decisões já que nunca subi ao podium e qual Nasão meu mestre e encantei multidões)
a minhas diatribes sobre o assunto, faço um exercício de honestidade, engulo a elefanta anoréctica e assumo a injustiça. Há uns meses atrás folheei na concorrência a obra Couves & Alforrecas: Os Segredos da Escrita de Margarida Rebelo Pinto. Embora o assunto me interessasse, achei a obra de fraca qualidade, muito condicionada pelo pressuposto inicial, que era dizer mal
(porque parece que a coitadinha só come por tabela das elites intelectuais porque das viúvas moídas e adolescentes com comichão na rata é o ai jesus)
. Dos muitos vitupérios que o seu produtor, João Pedro George, lhe dirigia, um deles consistia na repetição de trechos ao longo de diferentes livros
(auto-plágio gritou-se berrou-se quais bezerros desmamados que deu origem a uma providência cautelar contra a distribuição e venda do livro)
.
E agora eu
(qual beyoncé björk rihanna a defender a britney spears)
qual arauto e paladino venho afirmar as injustiças cometidas por João Pedro George e outros delatores literários. À semelhança de Quentin Tarantino e do seu tão elogiado Death Proof, aquilo que Margarida Rebelo Pinto fez foi auto-citação.
 
Tuesday, October 02, 2007
  Retro-futurismo literário
Quando alguém se decidir a publicar a correspondência electrónica de outrem, inaugura-se um novo género literário. Romance hiper-epistolar.
 
  Hope is the thing with feathers
Porque um dia fui passear para a Tate Modern e encontrei um livro que entretanto já li
(hoje regresso a um tema que me tem acompanhado desde a terceira págima embora umas páginas mais à frente é que se encontramos aquilo de que quero falar. a literatura funciona como alívio para o peso de viver era uma das suas funções)
e citei. Mais tarde tive que escrever sobre a leveza para um trabalho criativo, queria tanto poder desenvolver a leveza nesse sentido, mas sentia-me tão agastado que apesar de ter utilizado quase duzentas palavras, apenas dezasseis se aproveitaram
(este é um dos meus mais pesados partos. apesar de depois de nascido se tornar leve)
. Quer então dizer que de tudo o que escrevi apenas se aproveitou quase nada mais que oito por cento.
Queria dizer
(a esperança são as asas que roçam a alma um assobio de melodia melopiática que rasga a ausência de barulho não o silêncio. ouve-se na tempestade mais brutal grossa grosseira na mais amarga. ouviu-se no gelo siberiano e patagónico norte e sul no misterioso mar e hoje em sono ouvi o seu cantar)
que escrever é tão doloroso, tão arrancado do interior de mim, que apenas quando as palavras estão cá fora tomam essa forma de leveza. Mas até lá rasgaram-me as vísceras e flagelaram-me o corpo.
 
fgautomatica@gmail.com | 'é necessário ter o espírito aberto, mas não tão aberto que o cérebro caia'
2H 31 da Armada A Natureza do Mal A Origem das Espécies A Senhora Sócrates A Terceira Noite A Vida Breve Abrupto Albergue dos Danados Auto-Retrato Avatares de um Desejo B-Site Baghdad Burning BibliOdyssey Blogue Atlântico Borboletas na Barriga Chanatas Ciberescritas Cinco Dias CORPO VISÍVEL Corta-Fitas Da Literatura De Rerum Natura Devaneios Diário Divulgando Banda Desenhada Dualidade Ondulatória Corpuscular E Deus Criou A Mulher Estado Civil Estranho Amor French Kissin' Golpe de Estado Hipatia Ilustrações, Desenhos e Outras Coisas Insónia Irmão Lúcia Jardins de Vento JP Coutinho Kitschnet Kontratempos Maiúsculas Mas Certamente que Sim! Menina Limão Miniscente Mise en Abyme Miss Pearls O Cachimbo de Magritte O Insurgente O Mundo Perfeito O Regabofe Os Canhões de Navarone Pelas Alminhas Porosidade Etérea Portugal dos Pequeninos PostSecret Quatro Caminhos She Hangs Brightly Sorumbático Ter enos Vag s Terra de Ninguém Voz do Deserto Welcome to Elsinore Womenage a Trois
Blogtailors Cooperativa Literária Escritas Mutantes Exploding Dog Extratexto Mattias Inks Minguante mt design O Binóculo Russell's Teapot
A Causa Foi Modificada A Sexta Coluna Por Vocación Terapia Metatísica Tristes Tópicos
11/2005 - 12/2005 / 12/2005 - 01/2006 / 01/2006 - 02/2006 / 02/2006 - 03/2006 / 03/2006 - 04/2006 / 04/2006 - 05/2006 / 05/2006 - 06/2006 / 06/2006 - 07/2006 / 07/2006 - 08/2006 / 08/2006 - 09/2006 / 09/2006 - 10/2006 / 10/2006 - 11/2006 / 11/2006 - 12/2006 / 12/2006 - 01/2007 / 01/2007 - 02/2007 / 02/2007 - 03/2007 / 03/2007 - 04/2007 / 04/2007 - 05/2007 / 05/2007 - 06/2007 / 06/2007 - 07/2007 / 07/2007 - 08/2007 / 08/2007 - 09/2007 / 09/2007 - 10/2007 / 10/2007 - 11/2007 / 11/2007 - 12/2007 / 12/2007 - 01/2008 / 01/2008 - 02/2008 / 02/2008 - 03/2008 / 03/2008 - 04/2008 / 04/2008 - 05/2008 / 05/2008 - 06/2008 / 06/2008 - 07/2008 / 07/2008 - 08/2008 / 08/2008 - 09/2008 / 09/2008 - 10/2008 / 10/2008 - 11/2008 / 11/2008 - 12/2008 / 01/2009 - 02/2009 /