Fantástica Gramática Automática
Wednesday, April 30, 2008
  Aventuras em território desconhecido: declaração de amor ao meu blogue ou ideias sem exemplo e deduções futuras. Isto ainda há-de ser retornado
Acho que gosto do meu blogue. Houve uma altura em que achava que gostava bastante
(quando tinha leitores e comentários)
, mas agora acho que gosto ainda mais
. Porque o meu blogue é o meu avatar, a minha representação simbólica. Gosto do meu blogue porque posso escrever aquilo que quiser. Posso escrever ideias que tive e que não tenho que dar exemplos
(cm scrvr sm vgs dxr crtr d ltr ntrprtç grç d dscss)
. As ideias não devem ser unívocas e unidireccionais, devem ser como as palavras polissémicas. É o meu espelho preto dedutivo e pouco indutivo, evitando a metonímia que me regressa ao verbo.
Tenho andado à volta com o assunto da mediação. Porque não apreendemos o mundo como ele é
(é através dos nossos sentidos através dos meios que criámos para nos aproxiamrmoms daquilo que está afastado e de queremos obter conhecimento)
, o modo como o apreendemos é mais representacional ou simbólico
(como a publicação anterior em que gostava de ter sido eu a escrever mas foi apenas a tradução de uma estrofe de uma canção)
dependendo da mediação precisada.
Toda a arte é simbólica e representacional
(SIMBÓLICA música literatura pintura escultura dança teatro cinema REPRESENTACIONAL)
, respeitando uma escala gradativa. Mas para já refiro-me apenas às sete artes liberais, são essas o radical, o restante produtos derivados.
 
Wednesday, April 23, 2008
  Pequena poesia pervertida: imitação da vida ou o espelho preto
À melhor coisa anseio estar destinado
Como o pão que já vem fatiado.
O tamanho que me serve perfeito:
Adolescente que à noite debuta
Na esquina gela por despeito
Mostra e esconde a sua luta.
 
Tuesday, April 22, 2008
  “negativo/positivo” e “negativo/negativo”
O positivo e o negativo são a extensão das fronteiras daquilo que conseguimos fazer no formato de um blogue
(ao mesmo tempo que são um metáfora fotográfica quer de um efeito que pode ser aplicado digitalmente ou na forma fílmica antes da revelação)
ou o confronto com a ausência delas mesmas. Que hei-de eu fazer com este blogue
(constantemente pergunto que no próximo parágrafo há-de estar um ponto de interrogação a contrastar com a ausência de sinais entre parêntesis)
? Suponho que com o acumular das sazões tenha também alterado o conteúdo e a forma, experimentando um e outra.
Troquei o que estava entre parêntesis por aquilo que não está, com todas as regras que se aplicam a um e a outro, sinalética e uso da caixa de comentários
(negativo/positivo)
. O texto passa para a caixa de comentários e o que estava entre parêntesis permanece como sendo corpo de texto, mantendo a mesma sinalética independentemente do sítio em que se encontram
(negativo/negativo)
. No original.
 
Thursday, April 17, 2008
  Brincar aos médicos
Keep on runnin' in the dark
Dude ranch dream is fallin' apart
Stolen kisses let's pretend my friend
You play sick and I will mend
Let the action begin again my friend
You be patient and I'll attend

Let's rehearse let's do it again
Dude ranch nurse yr brand new friend

Let nurse give you a shot it's something to do
Took my pulse
Let nurse give you a shot it's something to do
I could love you I could love you

Deep sleep coming along
Like a newborn colt you found
You're wrapping around the gauze
Dizzy reminder
Ouch she found

Let nurse give you a shot, don't slip too far
I could love you
I could have you

You be cowboy and I'll allow
Let me ride you 'til you fall
Let's pretend there's nothing at all
Nobody knows the shape I'm in
Kiss me now it's just a sin
Nobody knows the shape I'm in

Sonic Youth – Dude Ranch Nurse
 
Wednesday, April 16, 2008
  Descoberta do ouro...
... ou porque é que eu já posso ser amigo do Platão outra vez
(a essência da literatura é a sua função)
.
 
  Mercado de trabalho. Motor de busca: “media jobs
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Saturday, April 12, 2008
  negativo/negativo: Da filosofia da criação
não só as ideias tantas vezes repetidas mas a remediação das palavras e a metamorfose da alma
mesmo que esta não permanecesse e tal como aquilo a que chamei metamórfica alma mudasse a cada instante fosse brechtianamente questionada
a dificuldade e dor da produção reside na extensão e transgressão dos nossos próprios limites da nossa rigidez filosófica momentânea
o corpo perfeito mutilado cicatrizado tornado rígido pela pele repuxada quando esta devia sempre ter ficado flexível. o corpo devia nunca ser rechaçado
 
Friday, April 11, 2008
  «Hell hath no fury like woman scorned» ou o mundo divide-se...
... entre as pessoas que gostam de Pete Doherty e as pessoas que gostam da Amy Winehouse
(este post existe na sequência de uma notícia que li)
. E é nestas alturas que eu simpatizo com as ideias destravadas dos americanos. Ordinária.
PhotobucketPhotobucket
Peço desculpa pela súbita alteração na intelectual linha editorial deste blogue, mas não resisto a uma boa bilhardice
(especialmente se disser respeito a estas duas alminhas ou à paris hilton)
.
 
Thursday, April 10, 2008
  negativo/positivo: O corpo
(devia voltar a escrever. deixar de lado a escrita académica)
a constante justificação explícita de cada afirmação
(e o blogue)
, a escrita aforismática em modo de diário intelectual
. Ainda que ao certo nunca soubesse muito bem o que fazer, sempre fui fazendo e quando descobri o que gostava de fazer, pelo menos, comecei por experimentar. Como no blogue, estendem-se as fronteiras porque se as experimentam e chega-se a um qualquer lugar, nem que seja à caixa de comentários como extensão repartida do texto
(as tentativas de poesia depressa saltei por cima do conto e cheguei ao romance. em outubro de dois mil e quatro dei início ao meu primeiro romance)
. Comecei sem plano, mas tal como quando se constrói uma casa, quando se chega ao fim é que se compreende um conjunto de procedimentos que deviam ter sido feitos antes
. Lembro-me de pensar em que os livros que lia havia sempre algo que não era bom, que não acontecia de modo perfeito, e eu queria que o meu enredo fosse perfeito ainda que a minha perfeição fosse um conceito pequeno-burguês da mentalidade de uma criança de nove anos
. Mas com os anos vim a descobrir que a imperfeição, tal com a fealdade ou o inferno de dante, são bem mais interessantes que a perfeição, que o belo ou que o paraíso e o purgatório juntos
(anos mais tarde)
. Até ao dia em que, quatro anos mais tarde, li numa revista que uma rapariga de doze anos tinha escrito um livro e eu já tinha treze e nada tinha feito, mais do que me masturbar a pensar na professora de inglês e nas colegas mamalhudas. Criativamente era um falhanço, sexualmente era um solitário
(coroei a minha inépcia com a minha inércia)
.
 
Wednesday, April 09, 2008
  Por fim, pornografia

Há muito que queria ir ver esta banda, mais ainda porque o último concerto que fui ver já não me lembro qual foi
. Recomendam-se vivamente e há imenso tempo que ando com desejos de os ver. Não vou ver um concerto que há muito gostava de ter visto, como desta banda faz parte a Kathryn Calder.

Ela canta, toca teclas e acordeão
(não sei porquê gajas giras com cara de bolacha que tocam acordeão tocam o fole do meu coração)
e tem um sorriso maroto
(ainda que um bocadinho escaldado pelo menos nesta fotografia mas notem que pelo gelado ela deve estar num sítio muito quente eu acho que é barcelona)
:

. Se me conseguir portar mal ofereço o concerto
(lá no outro sítio)
.
 
Tuesday, April 08, 2008
  A indução da vida ou a pequena meta-existência
Quando estava na faculdade
(e mesmo depois disso)
participei num concurso que consistia em jogar tekken e beber shots de vodka
(quem ganhasse dois de três jogos continuava enquanto o derrotado tinha que beber o shot)
. Quem tivesse menos habilidade para jogar beberia as primeiras derrotas e depois disso já não voltaria a ganhar
.
Nunca me apercebi que jogávamos à vida
(a meta-existência não é reduzida à metáfora dos pontapés e dos murros da vida de uma projecção em mulheres e homens musculados)
até mo terem feito notar. O ciclo vicioso em que acontecia era semelhante a tantos outros, incluindo o da própria realidade
(era
sou
serei demasiado ingénuo para conseguir fazer essa ligação)
: quem é pobre será sempre pobre
(tantos outros exemplos são igualmente aplicáveis)
.
 
  Introdução à indução
O contexto é sempre maior que o texto. A não ser que o contexto seja o texto
(o que é impossível porque é impossível canalizar uma realidade multi-sensorial através de um único meio que privilegia menos do que cinco sentidos)
. As minhas contextualizações sempre foram maiores que as minhas textualizações
(por essa razão nunca serei o contador de histórias que quero ser)
e perco-me naquilo que é meramente acessório e devia ser funcional. Inverto a ordem
(que podia ser uma coisa boa)
mas não obtenho o bom resultado que isso podia originar. Perco-me então em linhas salteadas. Já escrevi mais do que cem palavras e ainda não consegui chegar à contextualização
(perdi-me)
. Queria ter começado por falar de setenta e duas triangulares horas entre Siracusa, Nova Iorque e Filadélfia e tudo o que se passou
(não consigo a reprodução exacta das conversas e cada coisa que nos fez rir parece pertencer agora a outras pessoas que não aquelas que nós fomos)
.
Tanta volta levou-me de onde queria ter chegado.
 
Thursday, April 03, 2008
  Os meus amigos
Comecei por me lembrar dos finais de tarde, o sol que se despenhava sobre os restos de serra
(não me lembro de haver silêncio nessas tardes apenas na minha cabeça ou então havia silêncio mesmo eu é que estava demasiado inquieto para o sentir)
. Sentávamo-nos e ficávamos ali: não fazíamos mais nada. Bebíamos até o sol se elevar nas nossas costas e nas horas entre sóis já tudo tinha acontecido
(coleccionávamos garrafas e coleccionávamos beatas)
. Apenas ecolalias de piadas e histórias tornadas e contadas
(a luta com o corpo com quem se levantava com quem fazia e quem não fazia os gritos os caralhos os foda-se a bebida as drogas e a saliva)
, como crianças, apenas naquilo que conhecemos nos sentimos seguros já.
Quando oiço música electrónica lembro-me dessas noites
, como os corpos gramáticos se tornavam automáticos, fantásticos, quando já conseguíamos ver através dos escuro porque a manhã já se aproximava.
Dei corridas ao carro para trocar cuspo e cheirar qualquer coisa que não sabia o que era e voltava. Ia não sei para onde porque não sei muito bem onde estava, era um corpo automático e repetido, como a música ritmada.
E o sol nascia
(à pele molhada de suor do calor da manhã juntava-se o chão em que rebolávamos nus as ervas da primavera que já tinham secado e lavrado era o chão)
e somos bons porque nos tornámos natureza
cobertos de terra e ervas, e era tudo tão luminoso que nem conseguíamos olhar para o céu. O sol metia-se entre a pele e a terra. Sinto na língua agora o sabor do cuspo misturado com a erva.

A partir de “For My Friends” de Blind Melon.
 
  Ignorância erudita e ignorância popular
Estava a ler o Bruno e confundi tudo.
Nunca fui fã de jogos de computador
(com as devidas exceoções não específicadas)
não sei porque diabólica razão sempre preferi ver pessoas a jogar. Isso não exclui, naturalmente, que muitas das pessoas que conheço gostem e joguem, qualquer que seja a consola ou plataforma
(e hoje houve um momento em que não percebi se o p.s. a que se referia significava post scriptum ou play station)
. P.S. é um sigla polissémica
(como todas as siglas porque a cada letra há infinitas palavras que podemos associar mesmo que façam sentido apenas outras tantas infinitas combinções)
, mas não queria passar por fedelho pós-moderno a pensar em consolas.
 
Tuesday, April 01, 2008
  Momento suspenso
Existo por estes dias num período de latência. Penso na quantidade de trabalhos pendentes que vou tendo
(terão alguns que ser terminados e outros tantos são trabalhos continuados de investimentos constante)
, e acabo por me dirigir apenas àqueles que sei requerem um investimento breve. O blogue
, três palavras juntas, como sete notas só, e podemos ir ao infinito. Há muito tempo que não leio para ter ideias e o que leio confronta-me com a minha ignorância.
Não sei o que ler, não sei o que escrever. Não sei como escrever
(porque os parêntesis e a caixa de comentários a exploração das possibilidades do blogue enquanto medium onde é que tudo isto me leva)
. Sinto que a maior parte dos dias estou apenas a fazer um exercício de estilo, garantir que está tudo ordenado. Aquilo que uns dias me parece tão certo noutros esvai-se
(a morte suave de quem cortou os pulsos e a quem a vida abandona lenta e delicadamente gota após gota ponto por ponto e pinga por pinga pinta)
. A latência é assim, um momento suspenso de espera.
 
  Variações
Há dias que são assim, em que não consigo ultrapassar a reprodução mecânica do meu corpo no espaço, um passeio cinético pelo mundo. Tinha ligado o computador e aberto todos os documentos de que tinha precisão, mas há dias que são assim
(em que não consigo ultrapassar a reprodução mecânica do meu corpo no espaço um passeio cinético pelo mundo)
, e permaneceram intactos. Ainda estão.
Há dias que são assim
(normalmente a segunda-feira)
em que vou para a lavandaria. Separei a roupa escura da roupa clara e quando lá chego é só meter tudo em duas máquinas separadas e esperar
. Gosto de ir às segundas-feiras, nunca há pessoas, especialmente às três da tarde
(hoje estou a ir mais tarde e está a estragar-me os planos tenho ainda que lavar a loiça)
, não há muitas pessoas e posso utilizar sempre as mesmas máquinas.
Estava lá a senhora que limpa os filtros das máquinas de secar e o asiático de cabelo comprido. Não os vi trocar palavra. Acho estranho, afinal eles são colegas de trabalho
. Também estava o preto que come asas de frango com maionese e outras pessoas que nunca tinha visto. Sentei-me a ler um canto
, a máquina da roupa termina troco de máquina e inicio um novo canto
. Arrumo a roupa, dobro as meias e as cuecas e vou para casa. Os mesmos stop, os semáforos e o bar irlandês onde o meu vizinho de cima trabalha.
 
fgautomatica@gmail.com | 'é necessário ter o espírito aberto, mas não tão aberto que o cérebro caia'
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