Fantástica Gramática Automática
Sunday, September 30, 2007
  Não devia ter parado a leitura da entrevista para escrever o post anterior
Compreendi a frase de Hemingway, quando quiseram saber o que é que ele achava da morte e a resposta dele foi: «Outra puta.» Porque a morte é sempre uma puta e, a uma puta, não se pode dar confiança. Uma amiga, que é minha médica, disse-me: «Tens que aprender a viver com isto.» Não, não tenho. Não tenho que viver com um filho da puta. Eu não vivo com um cabrão, quero destruí-lo, não quero viver com ele.
E é horrível estar grávido da morte. Portanto, o tratamento é como fazer um aborto desse monstro que nos quer destruir. Quando ia às sessões de radioterapia, encontrava pessoas de todas as idades. Lembro-me sobretudo de uma rapariga de 20 anos que usava uma cabeleira postiça. Percebia-se logo que a cabeleira era postiça, mas ela usava-a com tanta dignidade que era como se fosse uma coroa. Uma coroa de rainha. E era, de facto, uma rainha que ali estava.
Entrei no hospital a pensar que tinha hemorróidas e já não sai de lá. Foi tudo muito rápido.

António Lobo Antunes da mesma fonte que a anterior.
 
  Peço desculpa, senhor, pela traição e pela existência
Faz sentido voltar a falar no Nobel (nem penso nisso agora menos que nunca)
.
Porquê (porque há coisas muito mais importantes tenho a certeza de que os meus livros são muito mais importantes do que qualquer nobel que me possam dar mas não me queria alongar sobre esse assunto porque me parece que se dá excessiva importância a um prémio literário tolstoi e conrad nunca o tiveram e eles é que são os meus colegas)
.
Na entrevista para a Visão, António Lobo Antunes responde a estas questões de uma forma muito bem respondida
(só me consigo lembrar de Marshall McLuhan quando disse que a invenção da imprensa é mais importante do que qualquer livro alguma vez escrito)
. Andei os últimos meses a ler os livros do José e a esquecer-me que nunca terminei um dos teus. A falta de lealdade é uma traição muito feia. Desculpa, António
(porque as pessoas para mim são todas reais mesmo as que não existem ou que não se lembram que eu existo não te lembras antónio tinha escrito no peito miguel ceia e pedi-te um rabisco para mário ceia)
.
Eu vi-te, mas tu ontem não me viste em babilónia. Babilónia foi há um ano.
 
Saturday, September 29, 2007
  Hoje gostava de já ter sido assim
 
  O homem mulher
Hoje sinto-me Salmacis e Hermafrodita antes de um só.
 
  Reconhecimento à némesis
Só aos vinte e cinco anos é que soube o que era escrever. Apesar de há já dezanove que junto letras sílabas palavras frases períodos.
 
Thursday, September 27, 2007
  O jardim dos caminhos que se bifurcam
A fé é tudo. Mas a ausência de fé continua a ser tudo porque na crença humana não há vácuo. A fé é uma perspectiva sobre tudo. A ausência de fé também, mas não é a perspectiva oposta à perspectiva de fé
(a fé é ser no presente com uma letra a mais não ter fé implica utilizar mais palavras ter fé é ter tudo mas essa totalidade é contingente a fé não é uma perspectiva é um adjectivo que se atribui às pessoas que acreditam em algo para o qual não há provas concretas são as pessoas que têm essa perspectiva não é a fé)
.
O Verbo, quando foi feito carne, passou da ubiquidade ao espaço, da eternidade à história, da felicidade sem limites à mutação e à morte; para corresponder a tal sacrifício, era necessário que um homem, em representação de todos os homens, fizesse um sacrifício condigno.
A fé é o jardim dos caminhos que se bifurcam, um livro infinito da biblioteca, deixo aos vários porvires, a cada um vós a possibilidade. A crença é certa, a possibilidade é para a forma demonstrada. E a guerra sobre a melhor forma.

Jorge Luis Borges in Ficções.
 
Tuesday, September 25, 2007
  Radiofonia
Na Rádio Clube Português, há um programa chamado Posto de Escuta da meia-noite às duas da manhã em que as pessoas telefonam para conversar
(falam com a Lara que tem uma voz funda que não é quente)
sobre aquilo que tiverem para conversar que às vezes é mesmo só ter alguém que preste atenção. Ontem ligaram à Lara e era a Milú, alguém de Coimbra que é falante frequente
(boa noite milú
olá lara nem sabe tem toda a razão a rapariga que nos atente é tão simpática eu vi logo que não era a lara e tem uma voz tão doce mandei-lhe tantos beijinhos
pois a nossa patrícia tem realmente uma voz muito doce
nem quis aceditar quando a me disse que só tinha dezassete anos
mas é verdade milú a patrícia tem uns dezassete anos muito doces
e eu sei uma coisa que a lara não sabe
ah sim
o josé carlos disse-me que nos vamos encontrar num destes fins-de-semana e depois eu já tenho aqui uns paninhos para lhe oferecer)
. Recordei-me do programa de rádio que na versão impressa se acabou por chamar Pensei Que O Meu Pai Era Deus. Inverte-se o sentido das ondas. Antes de falar com a Milú, a Lara
(disse que qualquer pessoa podia ligar e que estava ali pronta para ouvir e conversar sobre o que quer que fosse deu o número de telefone e disse que ia falar perdão conversar com alguém de coimbra o diálogo anterior)
fez o spot publicitário. Falava a Milú sobre alguma coisa que eu não cheguei a perceber mas quando nunca se tem ninguém para falar fala-se por falar quando há alguém que nos ouve, porque temos que aproveitar. Falamos para compensar as horas silenciosas, a ditadura dos ponteiros, os carros na rua irregulares. E a Milú sem ninguém a falar daquilo que era importante para ela e que eu não queria saber. Mas quando a Milú ouviu a história que na altura ainda não sabia que ia contar também há-de ter pensado que não tinha jeito nenhum. Isto porque enquanto falava a Milú eu pensava se havia de ligar ou não. Tinha até uma boa história para contar
(ia a sair de casa dos meus pais, lugar onde já passo pouco tempo e quando ia a sair do prédio uma senhora perguntou-me se eu morava ali
mora aqui
sim
onde
no primeiro esquerdo
ah já conheci o seu paizinho e a sua mãezinha muito simpáticos cheira aqui a peixe frito não é que horror prazer em conhecê-lo
igualmente)
. Embora ontem a Lara se tenha rido e talvez a Patrícia de dezassete anos e da voz doce, a Milú não deve ter gostado muito. Não é gira a história se for escrita. Mas contada, tem tudo a ganhar.
É a literatura radiofónica. Oral ainda.
 
Monday, September 24, 2007
  Des-casa
Hoje quis ver como é que as pessoas cresciam, queria ver-me nos outros. Talvez se olhasse para todos com atenção conseguia construir-me, conseguia ver-me no espelho humano
(a expressão utilizada era quero ver como é que os meus amigos do secundário são adultos porque embora já conhecesse uns que não eram assim tão adultos outros nem por isso)
. Hoje encontrei-me com desconhecidos e estive comigo
(já não preciso dos outros para saber quem sou, as contingências colectivas que nos aproximavam tornaram-se individuais que nos afastaram e vimos o empate do jogo e não houve mais história uns foram para casa própria outros foram para casa dos pais e até à próxima bebemos um café pago-te um copo)
.
Vou-me embora
(daqui para ali de casa para o mundo portalegre évora lisboa londres tivesse eu nascido em aveiro barcelos coimbra conseguia ter feito uma ordem alfabética crescente porque logo a seguir vinha évora e em portugal não há cidades começadas por d e fazia tábua rasa de fiães gandra horta ílhavo e chegava a lisboa numa viagem de carro autocarro ou comboio e depois avião até londres e já estou onde queria estar)
.
 
Thursday, September 20, 2007
  Possivelmente, fátima
Esta noite sonhei com a primeira rapariga que era mais velha que eu por quem me apaixonei. Quanto tinha onze anos vi-a e apaixonei-me e ela já tinha treze por isso qualquer possibilidade de dar o primeiro beijo estava fora de questão. Lembro-me do dia no sótão e de lhe dizer que a amava e que gostar era palavra pequena
(ainda me pergunto como é que é possível ter pensado que a palavra gostar era mais pequena que a palavra amar qualquer pessoa que saiba contar observa que a palavra gostar tem mais duas letras. Mas na verdade o que conta numa palavra não é o número de letras mas sim as circunstâncias em que a empregamos e o valor que lhe damos por isso é provável que eu até estivesse certo em afirmar que gostar era uma palavra mais pequena se a empregarmos em circunstâncias em que seja conceptualmente menor)
para o que sentia e que se ela me quisesse dar uma fotografia eu queria
(claro que queria dar uma ela que até ia tirar fotografias e guardava uma só para mim que nunca cheguei a ter)
.
Lembro-me de tudo isto porque hoje sonhei com ela
(e mesmo que não tivesse lembrar-me-ia na mesma, porque os primeiros desgostos de amor escavacam o coração de uma cá maneira. Mas eu sempre fui destravado e nunca aprendi muito com isso sempre me escavaquei todo)
. Depois lembro-me de ter doze treze catorze quinze dezasseis de ela ir para a universidade e só esporadicamente nos vermos. Ainda penso nela porque ficámos amigos, conheci-lhe namorados e ela conheceu-me namoradas mas não evito pensar
(que lástima querida fátima esta noite estavas mesmo bonita)
.
 
Monday, September 17, 2007
  Não tenho dormido muito
(De repente deixei de me sentir gorda quando as calças apertavam ou quando os números da balança eram maiores. No espelho já não contava os pontos negros que tirava e deixei de riscar os dias no calendário, talvez assim os dias passassem dois de cada vez ou mais ainda)
, não tenho dormido muito.
(Ele está deitado ao meu lado e guarda cada segredo que lhe contei. Pode sorrir e até mesmo rir da história do cão que me mordeu as canelas quando beijei o meu antigo namorado)
, mas não tenho dormido muito.
(Ele sabe tanto. Sabe quando estou feliz e quando estou triste até fica triste. Às vezes fica aborrecido quando chego a casa trôpega, meio destravada, e de repente sou tão alta)
, porque não tenho dormido muito.
(Já vi muitos filmes, já ouvi muitos álbuns e livros então, já nem sei quantos li. Leio de mais mesmo, que agora sou o tipo de miúda que mesmo fazendo fazer sol na rua que sai de sombrinha. Fui a médiuns e videntes)
até, não tenho dormido muito.
(Sei que um dia o amor me vai magoar e que um dia ele vai começar a dormir cá em casa e ter toalhas e cds e escova de dentes. Podemos ouvir rock sinfónico e progressivo ou perder a chave e mudar a fechadura)
, e não tenho dormido muito.
 
Thursday, September 13, 2007
  Das noites sem dormir e dias a escrever
O que há para escrever quando o dia foi isto
(soa a interrogação mas é uma reflexão sobre o processo criativo, ou pelo menos eu ambiciono que o seja, porque passei o dia a escrever e acabo por ir escrever ainda mais a pensar sobre aquilo que escrevi e porque é que assim o escrevi)
Foi quando comecei por escrever um post
(às vezes torna-se tão complicado distinguir as fronteiras entre aquilo que escrevo para um blogue, o que pode ser parte integrante de um romance ou é um conto só. Tenho tantas dificuldades com as fronteiras que acabo sempre por fazer trabalhos que estão na terra de ninguém, ou ningãe, como uma vez escrevi, retirado de um romance da Maria Velho da Costa)
que ambicionava ser uma pequena história sobre uma mulher-a-dias que lia livros. Sempre gostei destas dualidades e ambiguidades intelectuais, encontrava-as muito nos romances de Milan Kundera
(pessoas que trabalhavam no campo, atrás do balcão, num café a servir aguardente, ou a lavar janelas que eram capazes de uma reflexão filosófica com uma profundidade brutal e visceral)
. A ideia partiu disso e de uma pessoa real. Chamava-se o post A mulher-a-dias intelectual
(e tendo isso começado dessa maneira confusa, como todas as ideias começam, a história, fui buscar um trecho do Memorial do Convento, que fazia sentido para um pormenor. Mas quando o trecho passou a ser três espraiados pelo texto já começava a ficar muito longo e porque não dar-lhe uma nova direcção. A primeira coisa a cair foi o título, que tinha um ar gozão e eu queria que fosse sério. Mais do que a tristeza cómica e agri-doce do American Splendor, pretendia outro ritmo. Não que esse filme e o trabalho de Harvey Pekar o não fossem sérios, o título é que era feio e eu queria um ritmo diferente, sério e com a ingenuidade de quem se vê ao espelho mas não sabe quem é lá)
. Mantive o personagem principal que era uma ela, continuou a ser mulher-a-dias e também prostituta nas horas vagas, de noite, já totalmente distanciada da pessoa real. Fui buscar os mitos de Narciso e Echo e Diana e Actaeon e o personagem principal era Narciso e Diana, por esta ordem, ao mesmo tempo e o único personagem com quem interagiria directamente
(pelo menos na narrativa muito explicitamente)
seria uma mistura de Echo e Actaeon, por esta ordem. Pretendia que um trabalho de análise pudesse ser feito, mais do que inventar uma história, queria conceptualiza-la.
Acabou por se tornar num conto que se chama Talvez mulher só que, naturalmente, não irá ser publicado neste blogue.
 
  Autocensura e consequente reacção
 
Friday, September 07, 2007
  A palavra de todos nós
O senhor está no meio de nós e o senhor é no meio de nós. Ámen
I don't believe in magic
(ámen)
I don't believe in I-ching,
. Podia discutir religião e podia discutir as setenta iguais traduções da palavra do senhor, palavra única e una como ele em nós, a ser nós no meio de nós. A palavra escrita do senhor é mediada
I don't believe in bible,
(por homens
I don't believe in tarot,
mulheres, credo bruxas, p’rá fogueira, p’rá fogueira
I don't believe in Hitler,
que a moldaram, erro humano interpretando, repetindo e dividindo pelas línguas e pelas bocas a palavra una e divina. Os livros todos os evangelhos os salmos e os apócrifos são uma repetição
I don't believe in Jesus,
in nomine dei
I don't believe in Kennedy,
interpretada contingentemente, por um homem para os homens e dos homens para os homens
I don't believe in Buddha,
(deus e messias para os homens e os homens para os homens contingente e convencionalmente para os homens fiéis infiéis e o mundo)
I don't believe in mantra,
(as mulheres ficaram sempre fora da equação divina ou da interpretação da equação divina)
I don't believe in Gita,
. Os erros não serão erro de deus mas de messias que veio ou há-de vir, corpo terreno inspirado, quase-divino que não os homens e mulheres na terra. Quase vira apenas erro na transmissão da palavra de deus
I don't believe in yoga,
santo sejas
I don't believe in kings,
ámen)
I don't believe in Elvis,
. Mas discutir religião como discutir verdade e ficção sem se saber onde termina uma e a outra começa
I don't believe in Zimmerman,
(porque a fé é algo inexplicável que nasce de dentro de nós e que só sentindo é que compreende qualquer que religião sejas)
I don't believe in Beatles
, uma discussão de semântica, em que ambas as partes tinham que compreender o que uma e outra diziam. Debater crer e não crer. O senhor está no meio de nós e está dentro de nós e cada um de nós é deus.
I just believe in me,

(John Lennon 1970)
 
Tuesday, September 04, 2007
  … e as ideias soçobram
Era sempre mais fácil escrever sobre Platão. É sempre bom acabar de vez com um blogue, não tinha que escrever todos os dias, não tinha que regular
(mas como achava que sabia escrever
mito cada vez mais desmistificado na essência de que a escrita não interessa se não tivermos leitores e desse ponto de vista olhando continuo a escrever como um exercício onanista
como o último filme à prova de morte
para que um dia já não tenha que escrever uma autobiografia. Mas como raramente escrevo sobre mim só sobre apenas a minha visão do mundo escrevo um livro chamado
“Biografia do Mundo Segundo a Visão Contingente de Miguel Fernandes Ceia”)
. O fim de um blogue, a não ser que seja meticulosamente planeado com alguma antecedência, é algo que me desilude porque acho sempre que as pessoas hão-de voltar a escrever
(especialmente triste com a educação sentimental e os tristes tópicos)
porque mesmo que se deixe de escrever isso é apenas sacudir as gotas da água da chuvamolhatolos do casacos de lã. Depois disso pára-se a escrita mas as ideias continuam e sabendo que haverá sempre alguém que nos vai ler
(especialmente se somos inteligentes e virtuosos como a inês e a helena)
e retoma-se. Não por vaidade mas por incontinência ideal.
A pressão
Era sempre mais fácil quando escrevia sobre Platão, as ideias vinham do meu dia, as ideias vinham sobre algo a que me ligava directamente e depois era só isso. É tão difícil criar todos os dias
três dias por semana
dois dias por semana
ou mesmo que fosse só um dia por semana, criar é sempre um processo que resvala para os rasganços viscerais
(e mesmo que toda a literatura ocidental seja uma nota de rodapé de Platão ela é nós porque deriva das nossas experiências e contingências do espírito do tempo presente ausente passado e provavelmente futuro)
e por isso é mais fácil drenar da DREN umas gotinhas opinosas e sobre TGV TAP DIAP e de outras tantas siglas.
Filosoficamente é mais fácil opinar sobre o mundo do que criar
(porque as opiniões são como os cus, cada um tem o seu; ora se todos nós temos cu
e já agora medo
teremos também opinião, depois é só expressá-la.
Era sempre tão mais fácil quando escrevia sobre Platão, era como escrever sobre o que lia no jornal, como a virgem e os pastores e jesus nas panquecas servem para desenvolver um país. E mais as coisas que não sei
(porque não leio jornais, não vejo televisão, não ouço rádio
são tão burro que tenho que escrever sobre o que sei)
por isso resta-me inventar o lugar em que vivo.
 
fgautomatica@gmail.com | 'é necessário ter o espírito aberto, mas não tão aberto que o cérebro caia'
2H 31 da Armada A Natureza do Mal A Origem das Espécies A Senhora Sócrates A Terceira Noite A Vida Breve Abrupto Albergue dos Danados Auto-Retrato Avatares de um Desejo B-Site Baghdad Burning BibliOdyssey Blogue Atlântico Borboletas na Barriga Chanatas Ciberescritas Cinco Dias CORPO VISÍVEL Corta-Fitas Da Literatura De Rerum Natura Devaneios Diário Divulgando Banda Desenhada Dualidade Ondulatória Corpuscular E Deus Criou A Mulher Estado Civil Estranho Amor French Kissin' Golpe de Estado Hipatia Ilustrações, Desenhos e Outras Coisas Insónia Irmão Lúcia Jardins de Vento JP Coutinho Kitschnet Kontratempos Maiúsculas Mas Certamente que Sim! Menina Limão Miniscente Mise en Abyme Miss Pearls O Cachimbo de Magritte O Insurgente O Mundo Perfeito O Regabofe Os Canhões de Navarone Pelas Alminhas Porosidade Etérea Portugal dos Pequeninos PostSecret Quatro Caminhos She Hangs Brightly Sorumbático Ter enos Vag s Terra de Ninguém Voz do Deserto Welcome to Elsinore Womenage a Trois
Blogtailors Cooperativa Literária Escritas Mutantes Exploding Dog Extratexto Mattias Inks Minguante mt design O Binóculo Russell's Teapot
A Causa Foi Modificada A Sexta Coluna Por Vocación Terapia Metatísica Tristes Tópicos
11/2005 - 12/2005 / 12/2005 - 01/2006 / 01/2006 - 02/2006 / 02/2006 - 03/2006 / 03/2006 - 04/2006 / 04/2006 - 05/2006 / 05/2006 - 06/2006 / 06/2006 - 07/2006 / 07/2006 - 08/2006 / 08/2006 - 09/2006 / 09/2006 - 10/2006 / 10/2006 - 11/2006 / 11/2006 - 12/2006 / 12/2006 - 01/2007 / 01/2007 - 02/2007 / 02/2007 - 03/2007 / 03/2007 - 04/2007 / 04/2007 - 05/2007 / 05/2007 - 06/2007 / 06/2007 - 07/2007 / 07/2007 - 08/2007 / 08/2007 - 09/2007 / 09/2007 - 10/2007 / 10/2007 - 11/2007 / 11/2007 - 12/2007 / 12/2007 - 01/2008 / 01/2008 - 02/2008 / 02/2008 - 03/2008 / 03/2008 - 04/2008 / 04/2008 - 05/2008 / 05/2008 - 06/2008 / 06/2008 - 07/2008 / 07/2008 - 08/2008 / 08/2008 - 09/2008 / 09/2008 - 10/2008 / 10/2008 - 11/2008 / 11/2008 - 12/2008 / 01/2009 - 02/2009 /